BRASPE e prefeitura de Salvador deixam 10 mil funcionários de órgãos públicos em pé e pagando do próprio bolso por horas

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Sob sol e sem condução, trabalhadores enfrentam caos em Lauro de Freitas para trocar vale-refeição, enquanto sindicato aponta descaso contínuo da empresa e da prefeitura de Salvador.

O grupo BRASPE, que atende os principais órgãos públicos da prefeitura de Salvador, causou controvérsia neste sábado (23), ao exigir que seus cerca de dez mil funcionários fossem à sede da empresa, na cidade de Lauro de Freitas, para trocar o cartão de alimentação. Sem condução fornecida ou pagamento de vale-transporte, muitos relataram desorganização, espera de mais de cinco horas e violações trabalhistas.

Segundo o SINTRAL Bahia, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados da capital, a empresa se mantém nos mesmos órgãos públicos há nove anos, desrespeitando leis e cláusulas trabalhistas constantemente. “A empresa fica em Lauro de Freitas e não pode obrigar seus funcionários a ir fora do expediente, pagando do próprio bolso, para pegar um cartão que ela decidiu trocar. Sem organização, todo mundo em pé, na rua. Desumana a forma como essa empresa trata a categoria”, disse Maurício Roxo, presidente do SINTRAL Bahia.

Roxo denuncia que, além de desrespeitar funcionários, a empresa emperra negociações que visam o reajuste salarial e benefícios da categoria, que estava sem reajuste desde 2019. “O senhor José Perez, dono da BRASPE, foi que presidiu a última comissão do Seac [sindicato patronal] nas negociações da campanha salarial conosco. E é quem mais se opõe a qualquer tentativa de melhoria da qualidade de vida desses trabalhadores essenciais para a população”, denuncia.

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Segundo o sindicato, os reajustes não acompanham nem mesmo a inflação. A entidade alega que o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), prometeu rever a situação, mas ainda não deu nenhum retorno. “Há anos a prefeitura promete melhorias, mas deixa decisões de políticas públicas na mão de empresas como a BRASPE para resolver. Vale refeição, por exemplo, estava em R$13,10 desde 2019, extremamente defasado, e conseguimos com que fosse para 14,28 de reajuste depois de muitas paralisações e manifestações nas ruas de Salvador. Só visam lucro, sem o mínimo de empatia por quem está diariamente atendendo a população em creches, escolas, órgãos de atendimento, hospitais e tantos outros locais essenciais para nossa sociedade”, lamenta Maurício Roxo. 

Nossa reportagem tentou contato com a empresa BRASPE pelos telefones oficiais da empresa, mas todas as tentativas não foram atendidas.  

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